Guita a Sena e San Gimignano 10 e 11 de Outubro

A partida estava marcada para as seis e meia da manhã, e quando eu tenho que acordar cedo acordo mil vezes durante a noite {o que é uma bela treta}, como tal dormi cinco horas.
A folha que nos deram estava escrita em Italiano, eu decorei que o encontro era as seis e meia no Parque Pilota, cheguei ao mesmo tempo que um grupo de Espanhóis, e só depois de os ouvir falar é que me apercebi que não era aquele o lugar, como deixei a folha dos contactos em casa {é o que dá ter memória de peixinho} e só decorei o nome “Pilota” {além de ser um local muito conhecido aqui, acho graça ao nome porque lembro-me sempre do seu significado em Português} limitei-me a segui-los, e ainda bem que o fiz pois o autocarro estava numa rua paralela e se não fossem eles eu tinha ficado em terra {uma vez que se nasce com o rabo virado para a lua é para sempre, certo?}.
Havia três paragens combinadas para recolher o pessoal e aquela era a primeira, por isso pensei que o autocarro estivesse quase vazio, entrei enquanto arrumava o MP3, quando “levanto” a cabeça e olho em frente assustei-me {dei um paço atrás e libertei um grunhido} porque o autocarro já estava quase meio e as pessoas estavam a olhar para mim {porque em todo o lado quando alguém entra os outros olham principalmente quando estamos atrasados e somos os últimos}. Desde que habito na bota assusto-me muito facilmente {será por saber que não me vale de nada chamar pela minha mãe pois ela não me ouve e as pessoas não percebem o que estou a dizer?!}
Depois de estarmos todos {50} arrancamos para Siena por volta das sete da manhã. Descobri que era a única Portuguesa no fim-de-semana, a única nacionalidade que estava representada por uma pessoa {e olha quem}, pode parecer mau dizer isto, ainda para mais porque gosto dos Portugueses que aqui conheci, mas o meu primeiro pensamento foi “Boa assim não falo Português durante o fim-de-semana” {como se durante a semana falasse}, pois sei que há sempre a tendência para haver grupos, e assim pude andar a saltitar de nacionalidade em nacionalidade e conhecer muitas pessoas.
Não foi preciso muito para 98% das pessoas adormecerem.

Eu só vim a fazer parte desse percentagem mais tarde. Foi a primeira vez que saí de Parma {e o facto de ter bebido café antes de sair de casa também ajudou}, quando vinha a vontade de dormir, ou pensava que ia passar o dia todo a andar de um lado para o outro e que à noite ia deitar-me tarde como tal seria melhor aproveitar a viagem para descansar, era contagiada pelo verde da paisagem, e era assolada por uma voz “Há que aproveitar tudo!” {confesso que sou um ser estranho}.

Como a viagem durou perto de três horas e meia resolvi dormir meia hora {de forma a aproveitar melhor o dia :p}.
Dizem que a cultura não ocupa espaço, mas como não sou boa de memória vou consultar a folha que eles me deram {mas vou traduzir sozinha} de forma a dar-vos umas "luzes".
Siena e San Gimignano fazem parte da região Toscana, que é uma das maiores regiões italianas no que diz respeito ao património artístico e cultural. Esta região também é muito conhecida pela sua produção de azeite e pelos seus óptimos vinhos {como tal agrada-me em tudo}.
Estas duas cidades vivem economicamente essencialmente do turismo.

Siena
Chegamos a Siena por volta das 11h, tínhamos a visita guiada pela cidade depois do almoço e até lá poderíamos fazer o que queríamos. Eu resolvi acompanhar alguns voluntários do departamento de erasmus juntamente com outros erasmus, uma decisão acertada pois além de não ter grande sentido de orientação acho que os mapas que me dão tem indicações diferentes das dos meus colegas {vai-se lá saber porquê} assim além de não me perder sabia que ia passar pelos pontos mais importantes da cidade.
Siena é a cidade medieval mais bela de Itália e ao caminhar pelas ruas temos a sensação de ter recuado até ao século treze, porque apesar de ter lojas e coisas do nosso século está tudo muito bem enquadrado, aproveitaram as infra-estruturas sem danificar o património {acho que “temos” algo a aprender com o pessoal que vive na bota}. A cada esquina éramos surpreendidos por uma estátua, um monumento, uma igreja ou uma paisagem.

Algumas das ruas de Siena

Não faz lembrar uma das ruas de Coimbra?

A rua é mesmo torta, não é culpa da fotógrafa.

Ás vezes as ligações entre ruas eram feitas por túneis como este, são bonitos, mas à noite deve pôr um bocadinho de respeito.

Por cima de algumas portas tinham coisas bonitas como estas {poderei chamar ombreiras?}

A dona da casa voltou das compras no momento em que eu estava a tirar a fotografia, olhou para mim e sorriu {já deve estar habituada :p}

A Piazza del Campo {no centro de Siena} é uma das maiores praças medievais da Europa.

Palazzo Pubblico, que hoje em dia é a Câmara Municipal, tem uma torre com 102 metros que é a segunda maior de Itália.

Quando a descobri não resisti em tirar-lhe uma foto. Reparem no tão picolina que ela é {é tão picolina que não sabe diferenciar uma salada verdadeira de uma fotografia :p}

Eu e o Matteo {departamento de erasmus} e as cortinas pirosas.

Palazzo Pubblico visto de trás, do restaurante onde almocei :).

A vista do outro lado do restaurante.

Uma bella pasta.

Ia-me parando a digestão quando vi a conta, 14€ de pão??? Depois explicaram-me que no pão ia incluída a gorjeta para o empregado {prefiro a gorjeta Portuguesa que é voluntária}, não sei que contas os meus amigos fizeram mas só tive que pagar 10€ :).

Depois de almoçarmos voltamos para a praça para nos encontramos com os restantes elementos para termos a visita guiada, mas fomos por outro caminho.

Pelo cheiro já deve estar aqui há algum tempo…

Apanhem esta bola irmãs.

Não dava um belo quadro?

Como se diz em Portugal;

“É de pequenino que se troce o pepino!”
Fótó fótó!!!!

As bambinas chinesas {ou Japoneses que para mim isso é Chinês, tem olhos em bico e tiram fotografias a tudo} além de terem máquinas melhores que a minha tinham tripé e tudo!!!

Antes de vir de erasmus houve várias pessoas que me disseram para eu aproveitar ao máximo pois aqui ninguém me conhece, como tal…

Durante a visita guiada começou a chover, e eu deixei o belo do chapéu-de-chuva no autocarro pois estava sol de manhã, por isso decidi “improvisar” {já que ninguém me conhece…}.

Mãe desculpa-me por estas figurinhas, mas era pior ficar com o cabelo molhado com ar de oleoso, não? Além disso fez um sucesso do caraças, os meus amigos acharam uma ideia super original, tiraram-me fotografias e uns até me pediram para lhes fazer um chapéu {mas como eram “cabeçudos” não deu}.

Igreja São Domenico;

Claire {França}, eu e Maciej {Polónia}

Ainda estou muito ligada à minha personagem de Alentejano…

A caminho da Catedral

Quantas pessoas conseguem ver?

Catedral Duomo
Esta catedral é das mais importantes de Itália {parece que esta cidade é mesmo importante portanto}, posso dizer-vos que libertei um “Uau” quando a vi, esta catedral é tão trabalhada e pormenorizada que a máquina fotográfica torna-se “pequena” para algo tão grandioso.

O tecto de uma das salas.

Não parece o puxador de uma porta gigante?

Claire com o meu “ingresso” para entrar na discoteca, jantar, e desconto na primeira bebida, como não entenderam a minha assinatura {porque será} chamo-me Nilce Zarvalho.

Discoteca

O jantar foi um buffet com direito a muitas garrafas de vinho eh eh.

As minhas amigas espanholas.

O Matteo diz que quando tiver triste que me vai ligar para o fazer rir {será por ser pioneira numa nova língua que mistura Português, Espanhol, Italiano e palavras inventadas por mim?}

A minha amiga espanhola que me pôs o nome de “Picolina Portuguesa” {como sou conhecida por muitos erasmus}.

Enquanto faltava a “bateria” a uns…

Outros arranjavam forma de as “carregar”.

Sempre a curtir {até de cabeça para baixo}

Tirei-lhes uma foto enquanto dançavam, o Giulio {com a camisa azul} pediu-me a máquina para “retribuir”

A Nilce a dançar na “colona”???
Não, foi só para a foto. Mas fartei-me de dançar toda a noite toda, ou isso ou adormecer no sofá {e apesar deles serem confortáveis preferi a outra opção}.

San Gimignano
Apesar de ter dormido pouco a paisagem não me “deixou” pregar olho novamente.

Foto de grupo há entrada de San Gimignano.

Uma espécie de abóbora, onde o senhor foi colocando várias velas a arder de cores diferentes. Como o meu mano diz, tiro fotos a “tudo o que mexe”, mas achei a ideia simples e original.

A entrada do nosso almoço.

Ao início eram três crianças na bicicleta, mas quando tirei a foto a menina já tinha ficado para trás {é a que se vê no canto superior esquerdo}.
Tilintin, se eles conseguem tu também vais conseguir!!!

Nos séculos XII e XIII as famílias nobres erguiam torres {era uma forma de dizerem ao vizinho que tinham dinheiro}. No total há 13 torres mas hoje em dia só podemos visitar uma.

Íamos a passar pelo jardim quando fomos surpreendidos por o som de uma viola.

Depois foi a vez de um senhor tocar flauta, o sítio e a música envolviam-nos numa atmosfera mágica.

San Gimignano ficou para trás e seguimos para a Prova de vinhos.
Eu a pensar que ia para uma adega beber da “pipa”e afinal deparei-me com uma coisa toda chique com copos de vidro, um rapaz que nos ia servindo vinho e aperitivos enquanto a senhora falava {e uma cozinheira que ia trazendo os aperitivos preparados na hora}.
Ensinaram-nos a apreciar um vinho, com aquelas técnicas de mexer o copo, ver a cor, sentir o seu aroma, e a minha parte preferida; saboreá-lo.

Deram-nos uma coisinha de plástico para pôr o copo, e depois foram-nos servindo presunto, salame, pão com azeite fabricado na quinta, queijo e tostas.

Deram-nos cinco vinhos a provar.
No meio da prova serviram-nos água, eu ; mexi o copo, vi a cor, senti o aroma e antes de saborear a água já estavam todos a rir {incluindo o rapaz que me estava a servir a água} o que vale é que se aperceberam que eu estava a brincar.
Mas a verdade é que no final da prova {e como tenho pouco paladar tive que repetir a prova duas vezes com todos os vinhos} já estava um pouco “sentimental”.

Eu queria dar um abraço ao meu amigo Maciej não sei o que aconteceu…

Tem a certeza que já acabou?

Oh mas eu só queria mais uma gotinha para a “viagem”…

Um "pedacinho de magia"