Vamos lá fazer um rebuscado do que aconteceu na bota antes do meu regresso a Portugal.
21 de Novembro
A minha colega de quarto organizou um jantar com amigos no nosso quarto.
Éramos perto de 20 pessoas, depois de apelar um pouco à nossa imaginação para arranjar lugar e cadeiras para todos, aqui está a nossa mesa {e a minha cama :)}.
Os italianos gostam de caprichar nas entradas.
Durante o jantar.
Com alguns amigos e a minha colega de quarto {a menina do meio}.
O jantar demorou algumas horas, e eu estava no céu; comida, bebida e amigos.
Como se fala muito neste tipo de dias, é normal que tenhamos sempre um copo na mão {nunca menos de meio cheio}, fala-se {bebe-se}, ouvimos {bebe-se}, observamos {bebe-se}, rimos {bebe-se}, pensamos {bebe-se}, e quando decidimos levantarmo-nos reparamos que a nossa cabeça está um pouco estranha, e o nosso instinto faz-nos levar o copo à boca para ganharmos um pouco de “coragem” no percurso ate à casa de banho. Percurso esse que nos faz pensar; “É melhor começar a abrandar.” {será porque da última vez o botão das calças era mais fácil de abrir e fechar?}, mas como é normal neste tipo de noite, quando voltamos ao nosso lugar, há sempre alguém que nos vê e nos oferece algo para beber {aquela hora o Tico e o Teco; pessoa+porta= acabou de chegar}, e como não é bonito fazer desfeitas, sorrimos e fazemos um brinde.
O melhor a fazer é vestir o pijama {aproveitar enquanto há um pouco de coragem para enfrentar os botões}.
A cabeça fica um pouco {muito!!!} estranha e piora com o facto de ter 20 pessoas a falar italiano ao redor {equivale a alguns shots}.
No dia seguinte abri os olhos, olhei em volta; “Que quarto é este?” {não é nada disso}, estava na minha casa mas no quarto da Annita, com um alguidar no chão {mãe fazia parte da “decoração”}.
8 de Dezembro
Em Itália bebe-se água ou vinho à refeição, coisa que eu não sabia, como tal numa das minha primeiras refeições cá em casa, fui buscar um sumo para acompanhar o almoço, as minha colegas olharam para mim com uma cara estranha, e depois explicaram-me que o sumo só se bebe ao pequeno-almoço e ao lanche porque é doce, à refeição bebe-se vinho ou água. Não foi difícil habituar-me a esta tradição, e se ao início dava um gole e arrepiava-me, passado uns tempos já bebia como se fosse sumo {como a vossa amiga aprende rapidamente a nova cultura}.
Na terça-feira antes de ir para Portugal, jantei com a Xhoana e o Fransesco, bebemos um bom vinho {cultura}, e jantamos confortavelmente de pijama {não gosto de arranjar problemas com os botões}, vimos um filme, e à uma e meia da manhã decidimos ir buscar corassans {ideias}, agarramos nas bicicletas e lá fomos nós, de pijama {botões}.
Nesta noite descobri que as bicicletas tem vontade própria {como os computadores}, primeiro não quis andar a direito, depois não sei como, fez a sua própria corrente sair, a roda ficou empenada de forma que tive de fazer o restante percurso a pé, depois o Francesco e a Xhoana puxaram-me até casa :).
Chegamos a casa uma hora depois, sem corassans pois a fábrica estava fechada.
10 de Dezembro XXL Brigada Tuga
Toca a queimar alguns cartuxos antes das férias, como tal a “Brigada Tuga” juntou-se, na casa dos meninos, bebemos um pouco {devido ao frio que se faz sentir} e depois fomos de bicicleta para o XXL, como a minha bicicleta estava na box o Mateus levou-me a pendura.
11 de Dezembro
As últimas semanas passaram a correr, e dou por mim a imaginar o meu regresso, os reencontros. As saudades começam a falar mais alto e o ritmo cardíaco aumenta.
Na noite anterior ao voo jantei com a Xhoana e o Francesco, vimos um filme, o “Naufrago”, que é um belo filme, tirando a parte de retratar um avião a cair pormenorizadamente, cena essa que dura uns cinco minutos, nada demais {se eu não tivesse que apanhar um avião no dia seguinte!} e pronto, torna-se difícil fintar a mente, {o que vale é que o vinho é melhor que chá tília para dormir}.
Acordei um pouco antes de hora, preparei-me e agarrei de novo na minha Big mala, passei pela farmácia para a pesar {desta vez não tinha a minha mãe para levar os kl a mais para casa}.
Cheguei uma hora antes do comboio, liguei o portátil, e enquanto ouvia música comecei a ler o blogue.
Foi fácil voltar atrás no tempo, sentir o nervosismo, os receios, a vontade de vir. Recordar tudo aquilo que vivi.
Foram quase três meses “sozinha comigo própria”, foi um assimilar de tanta coisa. Sinto que estou diferente.
Parece que já não vejo a minha família e amigos há tanto tempo. Parece que acabei de chegar.
As coisas no aeroporto agora são mais fáceis {mas o meu italiano é semelhante ao Português de um Ucraniano}, despacho as malas a tempo de almoçar, uma bela pasta.
As pessoas concentram-se para entrar no avião, e começo a ouvir várias pessoas a falar português. Sorri, já falta pouco. Volto a sentir nervosismo, alguns receios, e uma vontade enorme de chegar a casa.
Consegui um lugar à janela, ao meu lado foram duas portuguesas, que antes do avião descolar resolveram falar de quedas de aviões {um bom sentido de oportunidade portanto}, resumindo a maior parte das quedas são provocadas por erro humano, mas vejamos; é o humano que constrói o avião, que faz as revisões, que o pilota, acho que não é preciso pensar muito para perceber que na maioria das vezes o erro é humano, o segredo é não pensar nisso quando se vai andar de avião, impensável é pensar quando se está dentro de um, inconcebível é dar voz ao pensamento quando há alguém que está a tentar não se lembrar do estado em que ficou o avião no filme da noite anterior!!! {desabafos}, escusado é dizer que pensei que o avião poderia cair, e só pensava o quanto queria rever as pessoas, como tal, ouvi música e desfrutei da paisagem.
Com alguns amigos e a minha colega de quarto {a menina do meio}.
O jantar demorou algumas horas, e eu estava no céu; comida, bebida e amigos.
Como se fala muito neste tipo de dias, é normal que tenhamos sempre um copo na mão {nunca menos de meio cheio}, fala-se {bebe-se}, ouvimos {bebe-se}, observamos {bebe-se}, rimos {bebe-se}, pensamos {bebe-se}, e quando decidimos levantarmo-nos reparamos que a nossa cabeça está um pouco estranha, e o nosso instinto faz-nos levar o copo à boca para ganharmos um pouco de “coragem” no percurso ate à casa de banho. Percurso esse que nos faz pensar; “É melhor começar a abrandar.” {será porque da última vez o botão das calças era mais fácil de abrir e fechar?}, mas como é normal neste tipo de noite, quando voltamos ao nosso lugar, há sempre alguém que nos vê e nos oferece algo para beber {aquela hora o Tico e o Teco; pessoa+porta= acabou de chegar}, e como não é bonito fazer desfeitas, sorrimos e fazemos um brinde.
O melhor a fazer é vestir o pijama {aproveitar enquanto há um pouco de coragem para enfrentar os botões}.
A cabeça fica um pouco {muito!!!} estranha e piora com o facto de ter 20 pessoas a falar italiano ao redor {equivale a alguns shots}.
No dia seguinte abri os olhos, olhei em volta; “Que quarto é este?” {não é nada disso}, estava na minha casa mas no quarto da Annita, com um alguidar no chão {mãe fazia parte da “decoração”}.
8 de Dezembro
Em Itália bebe-se água ou vinho à refeição, coisa que eu não sabia, como tal numa das minha primeiras refeições cá em casa, fui buscar um sumo para acompanhar o almoço, as minha colegas olharam para mim com uma cara estranha, e depois explicaram-me que o sumo só se bebe ao pequeno-almoço e ao lanche porque é doce, à refeição bebe-se vinho ou água. Não foi difícil habituar-me a esta tradição, e se ao início dava um gole e arrepiava-me, passado uns tempos já bebia como se fosse sumo {como a vossa amiga aprende rapidamente a nova cultura}.
Na terça-feira antes de ir para Portugal, jantei com a Xhoana e o Fransesco, bebemos um bom vinho {cultura}, e jantamos confortavelmente de pijama {não gosto de arranjar problemas com os botões}, vimos um filme, e à uma e meia da manhã decidimos ir buscar corassans {ideias}, agarramos nas bicicletas e lá fomos nós, de pijama {botões}.
Nesta noite descobri que as bicicletas tem vontade própria {como os computadores}, primeiro não quis andar a direito, depois não sei como, fez a sua própria corrente sair, a roda ficou empenada de forma que tive de fazer o restante percurso a pé, depois o Francesco e a Xhoana puxaram-me até casa :).
Chegamos a casa uma hora depois, sem corassans pois a fábrica estava fechada.
10 de Dezembro XXL Brigada Tuga
Toca a queimar alguns cartuxos antes das férias, como tal a “Brigada Tuga” juntou-se, na casa dos meninos, bebemos um pouco {devido ao frio que se faz sentir} e depois fomos de bicicleta para o XXL, como a minha bicicleta estava na box o Mateus levou-me a pendura.
11 de Dezembro
As últimas semanas passaram a correr, e dou por mim a imaginar o meu regresso, os reencontros. As saudades começam a falar mais alto e o ritmo cardíaco aumenta.
Na noite anterior ao voo jantei com a Xhoana e o Francesco, vimos um filme, o “Naufrago”, que é um belo filme, tirando a parte de retratar um avião a cair pormenorizadamente, cena essa que dura uns cinco minutos, nada demais {se eu não tivesse que apanhar um avião no dia seguinte!} e pronto, torna-se difícil fintar a mente, {o que vale é que o vinho é melhor que chá tília para dormir}.
Acordei um pouco antes de hora, preparei-me e agarrei de novo na minha Big mala, passei pela farmácia para a pesar {desta vez não tinha a minha mãe para levar os kl a mais para casa}.
Cheguei uma hora antes do comboio, liguei o portátil, e enquanto ouvia música comecei a ler o blogue.
Foi fácil voltar atrás no tempo, sentir o nervosismo, os receios, a vontade de vir. Recordar tudo aquilo que vivi.
Foram quase três meses “sozinha comigo própria”, foi um assimilar de tanta coisa. Sinto que estou diferente.
Parece que já não vejo a minha família e amigos há tanto tempo. Parece que acabei de chegar.
As coisas no aeroporto agora são mais fáceis {mas o meu italiano é semelhante ao Português de um Ucraniano}, despacho as malas a tempo de almoçar, uma bela pasta.
As pessoas concentram-se para entrar no avião, e começo a ouvir várias pessoas a falar português. Sorri, já falta pouco. Volto a sentir nervosismo, alguns receios, e uma vontade enorme de chegar a casa.
Consegui um lugar à janela, ao meu lado foram duas portuguesas, que antes do avião descolar resolveram falar de quedas de aviões {um bom sentido de oportunidade portanto}, resumindo a maior parte das quedas são provocadas por erro humano, mas vejamos; é o humano que constrói o avião, que faz as revisões, que o pilota, acho que não é preciso pensar muito para perceber que na maioria das vezes o erro é humano, o segredo é não pensar nisso quando se vai andar de avião, impensável é pensar quando se está dentro de um, inconcebível é dar voz ao pensamento quando há alguém que está a tentar não se lembrar do estado em que ficou o avião no filme da noite anterior!!! {desabafos}, escusado é dizer que pensei que o avião poderia cair, e só pensava o quanto queria rever as pessoas, como tal, ouvi música e desfrutei da paisagem.
Os Alpes.
Costa Portuguêsa.
Aterrei em Portugal sã e salva! O avião chegou meia hora mais cedo, liguei para a minha mãe e ela estava a sair do Carregado, brinquei; “Chego eu primeiro que venho de Itália do que vocês que estão a 40 minutos do aeroporto”.
Quando entrei no aeroporto ouvi uma senhora a falar ao altifalante e à minha frente tinha uma publicidade, tudo em português {eu sei que é normal mas não consegui parar de sorrir}, fui buscar a mala, em vez de dirigir-me para a “porta” onde encontramos a família e os amigos {ou supostamente}, dei umas voltas com o carrinho e a big mala, para fazer tempo, controlar a respiração e o ritmo cardíaco, fiquei praticamente sozinha do lado de cá da porta, até que a minha mãe me ligou, já tinham chegado ao aeroporto.
Aterrei em Portugal sã e salva! O avião chegou meia hora mais cedo, liguei para a minha mãe e ela estava a sair do Carregado, brinquei; “Chego eu primeiro que venho de Itália do que vocês que estão a 40 minutos do aeroporto”.
Quando entrei no aeroporto ouvi uma senhora a falar ao altifalante e à minha frente tinha uma publicidade, tudo em português {eu sei que é normal mas não consegui parar de sorrir}, fui buscar a mala, em vez de dirigir-me para a “porta” onde encontramos a família e os amigos {ou supostamente}, dei umas voltas com o carrinho e a big mala, para fazer tempo, controlar a respiração e o ritmo cardíaco, fiquei praticamente sozinha do lado de cá da porta, até que a minha mãe me ligou, já tinham chegado ao aeroporto.
Chegou a hora, dirijo-me para a porta, a respiração torna-se dificil de controlar, paro para respirar fundo e ganhar coragem para dar os "últimos passos" mas sou traída pela porta que se abre {as portas automáticas gostam de nos pegar partidas}.